domingo, 29 de janeiro de 2012

Pela janela

Intenso, à luz do tempo exposto,
Um coração roto,
Além dos territórios do peito, espreita:

Uma pequenina ave procura repouso...

Extenso, renitente, sente no cerne
O fogo que nasce
E se lhe desprende, transmigrando:

Uma pequenina ave procura repouso...

Sedento, o coração, atento
Aos menores rumores
Que sob o céu desfilam,
Renasce, bombeando
O amor que lhe pulsa.

Uma pequenina ave gorjeia.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A que amo

Se eu,
Gasto pelo tempo,
Transpuser mares revoltos
Para te encontrar,
Minha amada marinha,
Um século será efêmero beijar
Das ondas no teu corpo cristalino.

Se eu,
A galope,
No coração de uma funda madrugada,
Lacrimejante na prata da lua,
Partir, intimorato, para beijar os lábios de fogo
Que imperam no teu rosto,
Viverei eternamente
Semeando, semeando, semeando
O teu corpo fecundo.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Poema escrito por um pênis

Peitos bunda umbigo
E a flor do sexo
Orvalhada por gotas
De puro orgasmo.

Língua mãos que amassam
Peitos mordidos
Por dentes que buscam lábios
Pequenos grandes
Rola que perfura vagina
Inundada
Como cupido o coração.

Gozo frenético
Grito frenético
Morte vida
Nos olhos um ai
Na boca um ai
No peito uma marca
No ventre uma gota
Perdida bem situada
     Escorrida
Uma flor se abrindo
Mordida saliva ai!
Néctares de ejaculação.