Teus lábios de iaô,
quando beijam,
têm o som do tambor
que ressoa liberdade.
O teu corpo de iaô
tem doçura, tem sabor,
o efeito de um bori
que traz felicidade.
No passado,
uns lábios de sacrilégio
tocaram meu deus-menino,
deus-profano,
espalhando pecado
em território de amor.
Hoje, no teu corpo ou no atabaque,
com a perícia de um ogan,
batuco, dedilho,
proclamo a liberdade.