segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Condenado

 
Os grilhões que são teus lábios,
Em meu corpo,
Condenam-me ao martírio
De amar o algoz.

Condenado, então,
Vejo uma flor desabrochar na noite,
E ela não é senão a paloma
Desenhada no teu ventre.

Eu,
Condenado,
      Suplico
A ti que tanto
Amo:
Prenda-me, amor,
Por toda a minha vida
Em teu paraíso,
Escraviza-me, flor do mundo.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A minha estrela

À estrela que não foi contemplada,
Àquela que, pálida, esconde-se
Dentre as nuvens, a ela declamarei
Meus versos.

Ó estrelas, vós outras que já servistes
Para alumiar a mente doutros poetas,
Calai-vos: esta noite
Apenas eu,
                   Minha cálida amante,
E aquela triste estrela que ainda não brilha,
Somente nós seremos testemunhas
Do maior dos amores da Terra.

Ó estrela, esta a qual posso tocar,
Essa límpida luz que dos teus olhos
Parte para iluminar o mundo,
Com terrestre magnitude,
Não é o bastante para irradiar
Toda a alegria pulsante em meu peito
Já tão flagelado.

Portanto, minha doce estrela pequenina,
Não esmoreças teu brilho jamais,
Porque então a noite se quedaria
Frágil e apagada
Na absoluta treva do inexorável amanhã.