sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Meu grito

Sob a tua sombra,
Depositarei beijos
Que reverberarão em teus
Sonhos, e então tuas noites
Terão a luz incandescente do meu amor.

Recordarás, portanto, que quando
O vento sopra, não é lida vã do universo:
O sopro do vento é uma extensão
Do meu amor, a fim de espalhar,
Como um grito louco, o que meus olhos
Já te disseram: amor, te amo, te quero,
Agora tão mais do que antes.

E se eu queimar, com lábios sedentos,
A tua boca, é para que saibas que este amor
É fogo, para que doravante não sintas frio
Nem solidão, jamais!

E, ainda, se a tempestade resolver
Desabar, tu deves sorrir,
Para que assim, amor,
O sol se duplique
E prevaleça.

sábado, 15 de outubro de 2011

João Amazonas

João,
Quantas dores passaram
Por teu nome,
Quantas esperanças perpassam ainda!

Nas adversidades, quando o povo
Não vislumbrava aurora,
O teu nome ressurgiu
Do seio dos sindicatos,
Da mata fechada e redentora do Araguaia,
Dos comitês partidários,
Das ruas ensangüentadas, e no discurso
Veemente contra as injustiças,
A tua voz se fez límpida,
Como a manhã do povo que tu sonharas.

O teu nome, João Amazonas, é fogo
Contra a indiferença, é ameaça
Ao neoliberalismo,
É inimigo ferrenho da burguesia,
O teu nome,
João Amazonas,
É a força e a viabilização do sonho.

João, quando empunhaste o fuzil,
Via-se em teus olhos a alegria que te causava
A luta mortal. Por isso, não te abateste,
Tampouco te deixaste abater
Em conflito desigual:
Reorganizaste o instrumento
De emancipação do Proletariado,
Com olhos despidos de maldade
E de medo, e no entanto ainda
Com maior paixão revolucionária.

E desde então
O futuro pode ser construído
Pelas mãos do povo,
Estas mesmas mãos que te saúdam,
Camarada!