quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Iniquitatis Via

Ó, coração, por que me tentas desta maneira cruel?
Se ao tálamo deitas-te só;
Se na alcova a virgem renuncia-me sem dó,
A vida banha-se no fel.

Ó, coração, que por duras penas esmoreces-te
Sem a inocência do amor feminino;
Com o júbilo genuíno
Que a solidão me remete.

Ó, coração, que serves de jazigo de minhas dores
E desenhas tu uma santa imaculada:
É o espectro da mulher amada
Que me faz insistir em funestos amores.

Queime, pois, carne maldita!
Eis teu veredicto:
Queimar, sangrar. Morra!
Sou o anjo do pecado.